SOMOS WOODSTOCK

Flagrante de Woodstock - 1969. Site de origem SEMIÓTICAS

Essa noite fui dar uma olhada em Woodstock.  Estou criando um álbum no Facebook sobre as nossas memórias, as memórias boomers. Um álbum das imagens que se fixaram em nossa memória, construíram nossa catedral cultural. E é lá, e não aqui no blog, porque no Facebook cabem centenas milhares de imagens. 

As imagens de Woodstock, achamos que já conhecemos todas. Mas descubro algumas que ainda me supreendem, e  que capturo para este post, no interessante site Semióticas, merecido sucesso na internet.

Mas... por que me impota tanto esta memória? Tento identificar quem somos nós, os homens e mulheres boomers, nascidos após 1946 até 64. Principalmente os homens e mulheres de primeira fase, Primeiros Boomers, entre os quais me encontro aos 64. Mais misteriosos e indesvendados que os de segunda fase ( herdeiros dos Yupes), os Boomers Posteriores. 

Leio os especialistas. Unânimes em afirmar que se alguma palavra pudesse sozinha dizer algo sobre essa nossa geração, esta seria Liberdade. Eis então aí: imagens revisitadas de Woodstok. A Liberdade estampada na alma da imagem. E, de alguma forma, estávamos lá, todos n´[os, em idade de maior ou menor entendimento, mas estávamos lá.  Isto deve fazer alguma diferença, ao final das contas. Quem viveu esse tempo, quem tanto deveu a eventos como este não o fez impunemente. Algum compromisso ainda temos que ter com a Liberdade.

Também publiquei esta semana as fotos encontradas por acaso num sótão, de Lennon e Yoko nus, e em nu frontal, leiloadas em Londres em abril último. Procurava as fotos na internet. A maioria dos sites as traziam com a tarja preta escondendo as partes, estrelinhas pretas nos bicos dos seios de Yoko. 40 anos se passaram desde que os dois se deixaram fotografar nus, com um ar tão limpo, tão natural, tão inteiro que me lembrou arcanjos. De tarja preta eram anjos pornográficos, arcanjos doentios que conheceram o pecado e se envergonharam da própria nudez. Tive pena do grande casal, assim censurado. Parece que não há conquista de liberdade sem mártires e Lennon foi um, da nossa liberdade. E houve outros, os suicidas cuja liberdade se pagou no álcool e na droga, e tantos outros mais.

 

Forams-e, levando suas bandeiras de Paz e Amor. Nós, ficamos, chegamos aqui. Filhos e irmãos dos que caíram em luta. 

Estas imagens de Woodstock. Retrocedemos, parece. O mundo retrocedeu em seus ideais tanto quanto avançou na vida prática. E nós com ele. Todos nós.

E onde estamos? Com uma longa perspectiva de vida ainda, entre o que se foi e o que se é, o que se é aos 60 ou 70 anos  e o que nos é permitido ser  - os primeiros no mundo a alcançar esta longevidade física e psicológica ( e portanto sem modelos de outros velhos a seguir) , seres de Woodstock caídos num tempo de outros valores, a nos perguntar  se temos ou não o direito de ser o que somos: fiéis a nossas heranças culturais, homens e mulheres marcados pelo ideal de ampla Liberdade.
 

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"Até quando, em que idade, que fase da vida , se procura ou espera pelo amor?".
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