APRENDA A VOAR



Depois dos 50, a Idade de Ouro, a vez da verdade, a hora da posse de si mesma. Aproveite tudo. Curta-se. Ame muito. Você chegou lá. Voe. Agora você tem asas. Você agora é o tigre, e tigre alado. Voe alto. Voe muito alto.

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By Ferramentas Blog

domingo, 14 de setembro de 2014

BONITA





Achei tão bonita! Encontrei a foto na internet e não sei quem é.


NOSSAS MUSAS, COMO VÃO? - ANDY MACDOWEL






Ela se tornou uma interessantíssima mulher madura. Tão interessante quanto foi na juventude, e com maior intensidade ( agora tem uma história mais consistente de vida, maior vivência, seu rosto conta agora mais enredos).




Andy Macdowel, atriz de Quatro Casamentos e um Funeral ( Four Weddings and a Funeral – de 1994) , filme de Mike Newell  que protagonizou com Hugh Grant. Além de outras dezenas de filmes e séries de TV . Mãe de quatro filhos, nascida em 1958.



Abaixo, Andy Mascdowel com duas de suas filhas, Rainey Qualley e Margaret Qualley, também atrizes e modelos.







Ao lado de Madonna e de Sharon Stone, Andie figura na imprensa estadunidense com uma das tres mulheres de mais de 50 mais desejadas do mundo.

Madonna, Sharon Stone e Andie Macdowell
E, como hoje há nome para tudo, Andy Macdowel é uma "swofty". O neologismo  significa... Bem,  em itálico, o texto que copiei do  rhttp://vidaeestilo.terra.com.br/homem/belas-e-solteiras-mulheres-com-mais-de-50-sao-desejadas,beb760709d3fa310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html :

... Criado nos Estados Unidos, este neologismo fala de mulheres que, graças à sua genética, aos tratamentos de estética mais modernos e à sua forma de se vestir, são admiradas e desejadas pelo público masculino.

"Quando escutei pela primeira vez o termo ''swofty'', achei que poderia ser um novo tipo de toalha de banho ou um espanador de alta tecnologia, mas era o rótulo de uma mulher na casa dos 50 anos que se veste de forma provocante", escreveu a jornalista do Daily Mail Janet Street Porter.

 Sharon Stone, Susan Sarandon, Kim Basinger, Madonna, Demi Moore ou Andie MacDowell são algumas das mulheres que se encaixam perfeitamente neste novo rótulo da sociedade do século XXI e que deixa de lado outro adjetivo em inglês, "cougar", mulher "predadora" que mantém uma relação sentimental com homens bem mais jovens, explica a escritora e jornalista espanhola Joana Bonet.




quarta-feira, 10 de setembro de 2014

QUANDO SE APRENDE A RIR DE SI MESMA





Uma vantagem considerável da idade madura é que a gente já aprendeu a rir de si mesma. E azar o seu se chegar lá sem ter aprendido.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

NOS BRAÇOS DA POESIA


Cartão deixado por minha mãe

Chega um tempo em que as perdas se somam, fazem-se mais constantes. Vai-se aquele amigo de mais de  40 anos, e o que falava todo dia ao telefone com você.  Um de mal do coração, outro de HIV... às vezes vão-se dois na mesma semana. E a gente se sente mais pobre. Às vezes sente tanto que nem chora. E pensa: ” Ah, como era bom quando eu chorava tanto! Chorava assistindo novela!” Por que será que se chora menos quando envelhece? Dizia minha avó: “As lágrimas secam!”

Tem uns que a gente nem perde para a morte. Perde mesmo para a vida. A vida, com as suas solapadas! Um dia você encontra seu amigo e não encontra mais o seu abraço. Olha nos seus olhos, e...onde está ele? A vida o trancafiou em portas de ferro dentro de si mesmo. Pior: jogou fora as chaves. Ele não está mais ali para o seu afeto, para nenhum afeto talvez. Caiu na tristeza egóica da velhice, sucumbiu.

Mas não quero ser sombria. Dos amigos que se vão tento pensar sempre no que deixaram comigo, do que deixaram em mim. Eu os levo dentro de mim, na caminhada. Não como sua carcereira, mas hospedeira. Conformada e grata.

Vivia um destes momentos de perdas múltiplas, de lágrimas secas e de pensamentos gratos , quando recebi por email um poema, de alguém que nem sei quem é, como se adivinhasse .

RECADO AOS AMIGOS DISTANTES

Meus companheiros amados, 
não vos espero nem chamo: 
porque vou para outros lados. 
Mas é certo que vos amo. 

Nem sempre os que estão mais perto 
fazem melhor companhia. 
Mesmo com sol encoberto, 
todos sabem quando é dia. 

Pelo vosso campo imenso, 
vou cortando meus atalhos. 
Por vosso amor é que penso 
e me dou tantos trabalhos. 

Não condeneis, por enquanto, 
minha rebelde maneira. 
Para libertar-me tanto, 
fico vossa prisioneira. 

Por mais que longe pareça, 
ides na minha lembrança, 
ides na minha cabeça, 
valeis a minha Esperança.

( Cecília Meirelles, “Poemas – 1951)

Há um outro poema que muitas vezes me carrega no colo nessas horas, do poeta Solda para o poeta Paulo Leminski

POEMA PARA PAULO LEMINSKI

vai
meu amigo
desta vez
não vou contigo

a morte
é um vício
muito antigo
só que nunca
aconteceu
comigo

pode ir
que eu não ligo
eu fico por aqui
separando
tijolo do trigo

(Solda)

Minha mãe, quando morreu ( sempre acho que em algum área da alma a pessoa sabe que vai morrer), deixou na mesa de cabeceira um cartão recortado em tesoura de picotar – ela adorava tesoura de picotar - com frase de Antoine de Saint Exupéry:


“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

UMA FOTO, SETE MULHERES


Já falei aqui algumas vezes neste fotógrafo, o alemão Erwin Olaf. Quando fotografou Helen Mirren em nu realista, ou quando publicou uma série de fotos, cenas de ficção com mulheres maduras como personagens. Gosto dele, de sua natureza rebelde, obra  instigante. Um inquieto, um provocador. E vez por outra vou revirar a internet para ver o que descubro mais sobre Olaf. Foi aí que cheguei nesta foto.

Foto de Erwin Olaf

 Temos aqui sempre comentado também os mistérios que envolvem a sexualidade da mulher madura. Um silêncio sepulcral  a respeito.
Sabemos que as mulheres e seu desejo sexual nunca foram tão longevos. E é só o que sabemos. Como se comportam, como pensam as mulheres maduras o sexo, que tipo de atividade sexual esperam ou desejam... nada se sabe. E tomei Olaf por motivo e  provocação para tentar ouvir algumas delas.
Pedi a dez mulheres, todas inteligentes e maduras, com bo capacidade de expressão, que me falassem da foto, em qualquer linguagem ( valendo poema, conto, crônica, crítica, depoimento, tese, legenda...qualquer  linguagem). Duas  nunca me responderam, a terceira ficou de mandar mas não o fez.  Sete delas, entretanto, escreveram.
Bom,  decidi chamá-las aqui apenas pelo nome (verdadeiro, claro), sem dar idade, profissão, títulos,  etc, o  que acabaria por influenciar o leitor. Quero que pensem nelas apenas como mulheres, maduras e sensíveis, mães, avós, esposas, namoradas, profissionais , etc. Vejam as surpreendentes respostas:


Helena Cherem

 Neila, gostei da foto, provocativa sim, mas de bom gosto.
Acho que cada um verá e interpretará, de uma maneira. Em minha opinião, mostra que sexo e desejo não precisam morrer com a idade. Que provocar o outro para se conseguir fazer um sexo agradável é válido em qualquer idade.
Mesmo com o parceiro meio dormitando, é provocando que poderá conseguir um resultado, bom ou não, mas não custa tentar.
A idade traz um cansaço até para o que é saudável, mas a estimulação, quem sabe ? poderá fazer com que a pessoa se sinta a fim de....
Esta é minha interpretação pra esta foto. Não consigo ver outra coisa nela,que não seja de cunho sexual . Bjos e espero que tenha ajudado.

Inez Cabral de Melo

Um dia nos perdemos de vista, a vida nos levou. Quarenta anos sem notícias. Hoje, na rua, quando menos esperava, lá estava ele. Emoção, reencontro. Decidimos comemorar, como nos velhos tempos. Mas confesso, não era essa exatamente a comemoração que eu esperava.

Marília Barbosa

O Casal de Cabeça Branca
Era o fim da tarde de sexta feira quando eles chegaram pela primeira vez.
Ouvi dizer que haviam acabado de se casar e que os pais dela lhes deram um bom pedaço de terra bem perto do centro da cidade.
Alegres, joviais, amorosos...
Ouvi dizer que estavam ainda em lua de mel...
Desde aquela sexta feira, em todas as outras eles voltavam, sentavam ali mesmo, naquele sofá. Bebiam cerveja em canecas, bebiam bastante, ficavam ainda mais alegres e falastrões. Jantavam, ouviam músicas no juke Box, dançavam enamorados...
Um apoiava o outro, sempre, alegremente.
Nunca vieram nos fins de semana, ouvi dizer que não gostavam da chegada de gente de fora, mas as sextas feira, ah, nunca faltaram...
Foram muitos anos de companheirismo, de alegria e simpatia. Bons vizinhos eles eram...
Não tiveram filhos, mas criaram muitos animais, ouvi dizer...
Eu ainda era muito nova quando eles chegaram por aqui e vir-los envelhecer, foi quase imperceptível, até quando a cerveja que tanto apreciavam já pesava em ambos. E já não dançavam... Sentados no mesmo sofá da vida toda, ficavam ali, olhando o vida que passava e que eles não alcançavam mais.
Naquela noite, estavam especialmente tristes, nunca soube por que, mas pela primeira vez peguei minha máquina fotográfica e fiz esse instantâneo comoventemente triste.
Nunca trabalhei nos fins de semana e foi só na segunda feira que soube da notícia que amargou a todos que se acostumaram com o casal por mais de cinquenta anos ali, naquele mesmo sofá.
Quando fiz a foto onde ela o chamava fazia muito tempo para irem embora pra casa, ninguém, nem mesmo ela, percebeu que ele não estava daquele jeito que ficava em toda sexta feira depois do jantar e das cervejas que por esses anos todos, beberam com toda felicidade. Ele estava morto e ela bêbada, nem percebeu...
Ouvi dizer que foi um funeral muito concorrido e fiquei pensando onde poderiam estar essas pessoas que nunca vi com eles as sexta feiras.
Será que eles tinham visitas nos fins de semana?
Nunca ouvi dizer...


Mariangela Varisco

Eis a minha legenda:



Maria Vasco

 - Ei acorda aí!
  - Han! O que ? o que ? Isso é o que?
 - Sou eu te masturbando...
 - Mas o que?
 - Masturbando.
 - Han! Lembro era bom
 - Ainda pode ser!
 - Ah é, ainda!  Já está ficando gostoso.
 - Isso! Agora você pega em mim pra ficar gostoso em mim também!

Christina Montenegro

Se fosse fazer uma legenda, escreveria: "Deixa eu beliscar para ver se esse príncipe é mais um sonho...".
Olho, me identifico por um lado (idade tendendo a pesar em parte, vitalidade se mantendo tinindo em parte, fantasma da solitude dançando ao redor).
Por outro não me identifico com a imagem, pois (pura vaidade, será?) meu aspecto não é esse (padrão?) da foto: a vitalidade ainda me mantém em forma aos 65. Sempre digo que se eu já tivesse dinheiro, eu viraria a "Cher n.2, a Missão"...Rsrsrsrs  Por uma coincidência incrível, um dos meus professores de dança ACABOU de ME DESAFIAR para um concurso de dança com ele e colegas; que tal?...rsrsrsrs TAMBÉM NÃO me identifico por conta da iniciativa provocativa, sexualizada da foto, que aplaudo em quem quer que seja, mas não tem nadinha de nada a haver comigo: isso independente de idade, fase de vida, etc.: faço qualquer coisa no palco (quando foi caso de palco), se vou dançar "quebro tudo" e ainda "faço carão", mas "na vida real" sou totalmente romântica, meio Emília mas meio Jo (da Louise May Alcott) , e não tenho a menor paciência para essa "iniciativa" toda; se forem esperar isso de mim, vão esperar sentados. Mera questão de estilística existencial, pois se me apaixono, e rola um investimento mútuo, "o bicho pega"...Rsrsrsrs
Já me distanciando, mas mantendo tudo o que disse antes do ponto de vista franco-pessoal em vista, fico pensando o QUÊ esse fotógrafo pretendia "provocar"; reflexões? Ótimo! BINGO! conseguiu: você "puxou" uma.

Claudia Richer

A foto é linda, mas incomoda, deixa a gente inquieta. Aí, olha-se de novo e de novo vem o soco no estômago. É impactante demais e acredito que tudo colabore para este clima. Tem uma luz densa, fechada, dramática, sombria, como se não quisesse mostrar e mostrasse assim mesmo. Quase agressivamente, é isso, uma atmosfera agressiva que desafia o convencional. Sensual também. Erótica, silenciosamente erótica, desafiadora sempre. E profundamente solitária. Dolorosamente solitária. Como um último suspiro que resistirá apenas por poucos minutos. E que talvez não veja a luz do dia! Me lembrou demais (talvez pela alta carga dramática e pela iluminação com muitas sombras) a última montagem de Longa Jornada Noite Adentro, do O'Neill, dirigida pelo Naum Alves de Souza. Não conhecia o trabalho de Erwin Olaf e este primeiro contato me impressionou muito!


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